A INSENSATEZ DA IDOLATRIA SEGUNDO O PROFETA ISAÍAS

 

Não é à toa que Deus por meio de Sua Palavra, a Bíblia Sagrada insista tanto em dizer que a idolatria é um erro grave contra a soberania de Deus. Além do mais, a idolatria prova ser uma insensatez por parte de quem a pratica, pois a criatura mais nobre criada por Deus, o homem, se submete a coisa que ele domina como objeto de adoração. Adoração e reconhecimento devido unicamente a Deus criador e soberano em todo o universo de onde vem nossa existência, manutenção e tudo o que nos é necessário para manter-nos vivos. 

Quero deixar que vocês, caros leitores analisem o que digo nas próprias palavras do nobre profeta Isaías no capítulo 44: 9-20.

Todos os artífices de imagens de escultura são vaidade, e as suas coisas mais desejáveis são de nenhum préstimo; e suas próprias testemunhas, nada vêem nem entendem para que sejam envergonhados. Quem forma um deus, e funde uma imagem de escultura, que é de nenhum préstimo? Eis que todos os seus companheiros ficarão confundidos, pois os mesmos artífices não passam de homens; ajuntem-se todos, e levantem-se; assombrar-se-ão, e serão juntamente confundidos. O ferreiro, com a tenaz, trabalha nas brasas, e o forma com martelos, e o lavra com a força do seu braço; ele tem fome e a sua força enfraquece, e não bebe água, e desfalece. O carpinteiro estende a régua, desenha-o com uma linha, aplaina-o com a plaina, e traça-o com o compasso; e o faz à semelhança de um homem, segundo a forma de um homem, para ficar em casa. Quando corta para si cedros, toma, também, o cipreste e o carvalho; assim escolhe dentre as árvores do bosque; planta um olmeiro, e a chuva o faz crescer. Então serve ao homem para queimar; e toma deles, e se aquenta, e os acende, e coze o pão; também faz um deus, e se prostra diante dele; também fabrica uma imagem de escultura, e ajoelha-se diante dela. Metade dele queima no fogo, com a outra metade prepara a carne para comer, assa-a e farta-se dela; também se aquenta, e diz: Ora já me aquentei, já vi o fogo. Então do resto faz um deus, uma imagem de escultura; ajoelha-se diante dela, e se inclina, e roga-lhe, e diz: Livra-me, porquanto tu és o meu deus. Nada sabem, nem entendem; porque tapou os olhos para que não vejam, e os seus corações para que não entendam. E nenhum deles cai em si, e já não têm conhecimento nem entendimento para dizer: Metade queimei no fogo, e cozi pão sobre as suas brasas, assei sobre elas carne, e a comi; e faria eu do resto uma abominação? Ajoelhar-me-ei ao que saiu de uma árvore? Apascenta-se de cinza; o seu coração enganado o desviou, de maneira que já não pode livrar a sua alma, nem dizer: Porventura não há uma mentira na minha mão direita?

A essa dura reprimenda do profeta Isaías some-se outra tão grave saída da boca de Deus e registrada pela pena de um salmista do livro bíblico dos salmos.

Salmo 115.2-8

 

Porque dirão os gentios: Onde está o seu Deus? Mas o nosso Deus está nos céus; fez tudo o que lhe agradou. Os ídolos deles são prata e ouro, obra das mãos dos homens. Têm boca, mas não falam; olhos têm, mas não vêem. Têm ouvidos, mas não ouvem; narizes têm, mas não cheiram. Têm mãos, mas não apalpam; pés têm, mas não andam; nem som algum sai da sua garganta. A eles se tornem semelhantes os que os fazem, assim como todos os que neles confiam.

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Published in: on maio 5, 2009 at 10:09 am  Deixe um comentário  

A PREDOMINÂNCIA DO BISPO ROMANO

 

 (A origem e desenvolvimento do poder papal na Igreja Católica Romana)

 

Entre 313 e 590, a Igreja Católica Antiga, em que cada bispo era um igual, tornou-se a Igreja Católica Romana, em que o bispo de Roma tinha supremacia sobre os outros bispos. O ritual da Igreja tornou-se também mais sofisticado. A Igreja Católica Romana reflete, em suas estruturas e leis canônicas, a Roma Imperial.

 

Na Igreja primitiva, o bispo era considerado um dos muitos iguais entre si em posição, autoridade e função. No período compreendido entre 313 e 590, o bispo romano passou a ser reconhecido como o primeiro entre os iguais. A partir, porém, da ascensão de Leão I ao trono episcopal em 440, o bispo romano começos a reivindicar a supremacia sobre os outros bispos. A necessidade da eficiência e de uma melhor coordenação gerou naturalmente a centralização do poder. O bispo era também considerado como o penhor da doutrina ortodoxa. Além do mais, alguns dos bispos romanos deste período eram homens jovens que não deixavam passar nenhuma oportunidade que pudesse aumentar o seu poder.

 

Os acontecimentos históricos desta época cooperaram para intensificar a reputação do bispo de Roma. Roma era o centro tradicional de autoridade para o mundo romano durante meio milênio e era a maior cidade do Ocidente. Depois que Constantino transferiu a capital do Império para Constantinopla em 330, o centro de gravidade política oscilou de Roma para essa cidade. Isto deixou o bispo romano como a única pessoa forte de Roma durante muito tempo; o povo dessa região passou a olhá-lo como o líder temporal e espiritual caso uma crise lhe sobreviesse. Foi ele a força que, durante o saque de Roma em 410 por Alarico e seus seguidores visigodos, com sua hábil diplomacia, conseguiu salvar a cidade do fogo. Em Constantinopla, o Imperador parecia estar distante de Roma e de seus problemas, mas o bispo, por sua proximidade, era o único que podia exercer um poder efetivo na solução de crises políticas e espirituais. Quando o trono imperial no Ocidente caiu nas mãos dos bárbaros depois de 467, e outras cidades italianas se tornaram a sede do poder temporal, o povo da Itália via o bispo romano como a liderança política e espiritual.

 

Grandes teólogos como Cipriano, Tertuliano e Agostinho foram figuras de destaque da Igreja Ocidental que estiveram sob a liderança do bispo de Roma. O senhorio do bispo não teve que enfrentar problemas, como polêmicas heréticas que dividiram o Oriente, como é o caso do arianismo. Ademais, o bispo de Roma convocava sínodos em que conseguia manter uma posição que ficaria estabelecida como a posição ortodoxa.

 

A eficiente obra missionária dos monges leais a Roma também fortaleceu a autoridade do bispo romano. Clóvis, o líder dos francos, foi convertido ao cristianismo em 496 e tornou-se um grande defensor da autoridade do bispo de Roma. Gregório I enviou Agostinho à Inglaterra; este monge, junto com os seus sucessores, conseguiu trazer a Bretanha de volta ao seio de Roma. Onde quer que fossem os monges missionários insistiam junto aos seus convertidos para que obedecessem ao bispo de Roma.

 

Leão I (400-c.461), que ocupou i trono episcopal entre 440 e 46, foi o mais hábil ocupante da cadeira antes de Gregório I (c.540-604) que a assumiu em 590. Sua capacidade deu-lhe o título de “grande”. Ele usou muito o título papas, de onde vem a nossa palavra “papa”. Em 452, conseguiu persuadir Átila o Huno a deixar a cidade de Roma. Novamente em 455, quando Genserico e seus seguidores vândalos do norte da África chegaram para saquear Roma, Leão persuadiu-os a isentar a cidade do fogo e da pilhagem; ele teve que concordar, entretanto, que a cidade fosse entregue por duas semanas para ser saqueada pelos vândalos. Genserico manteve sua palavra, e os romanos viram em Leão aquele que salvara a cidade da destruição completa. Sua posição foi ainda mais fortalecida quando Valentino III reconheceu sua supremacia espiritual no Ocidente através de um edito promulgado em 445. Leão sustentava que as apelações das cortes eclesiásticas de bispos deviam, ser levadas à sua corte e que as decisões seriam definitivas. Ele definiu a ortodoxia em seu trono e escreveu contra a heresia dos maniqueus e donatistas. Mesmo não considerando Leão o primeiro papa, é legítimo dizer que ele pretendeu e exerceu o poder mais do que muitos ocupantes posteriores do bispado de Roma. Gelásio I, papa de 492 a 496, escreveu em 494 que Deus dera ao paca e ao rei os poderes sacro e secular. Porque o papa tinha de prestar contas a Deus no dia do Julgamento, pelo rei, o poder papal era mais importante que o poder real. É possível que este poderio tenha sido útil neste primeiro período do relacionamento com os bárbaros, mas levou, mais tarde, à corrupção dentro da própria Igreja Romana.

 

 

O Cristianismo Através dos Séculos – Uma História da Igreja Cristã, capítulo 15.

 

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Published in: on maio 5, 2009 at 9:45 am  Deixe um comentário  

PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DA LITURGIA

(a origem do culto aos santos, a veneração de Maria e as doutrinas em relação a ela, e a origem dos sacramentos).

A influência dos bárbaros e o crescimento do poder episcopal provocaram também mudança no culto da Igreja. Para que os bárbaros, acostumados com culto a imagens, pudessem ser realmente assistidos pela Igreja, muitos líderes eclesiásticos entenderam ser necessário materializar a liturgia para tornar Deus mais acessível a estes fiéis. A veneração de anjos, santos, relíquias, imagens e estátuas foi uma conseqüência lógica deste procedimento. A intimidade com o estado monárquico também determinou uma mudança no culto, passando-se de um forma democrática simples para outra mais aristocrática e colorida de liturgia, com uma clara distinção entre o clero e o laicato.

O domingo tornou-se o dia principal do calendário eclesiástico depois que Constantino estabeleceu que este seria o dia de culto cívico e religioso. A festa do Natal tornou-se uma prática regular em meados do século IV, adotando-se a data de Dezembro anteriormente usada pelos adoradores de Mitra. A festa da Epifania, que comemorava a visita dos magos a Cristo, entrou também para o calendário da Igreja. Acréscimos do ano judaico, de narrativas dos Evangelhos e da vida dos santos mártires propiciaram uma expansão constante do número de dias santos, no calendário eclesiástico.

Aumentou também o número de cerimônias que passariam a ter funções sacramentais. Agostinho entendia que o casamento devia ser considerado como um sacramento. Cipriano sustentava que a penitência era algo à vida cristã. Com o alargamento do fosso entre o clero e o laicato, foi necessário interpretar a ordenação à luz do sacramento. Por volta de 400, a confirmação e a extrema-unção tornaram-se funções cm valor sacramental. A antiga formulação teológica acerca da doutrina do pecado original contribuiu para aumentar a importância do batismo infantil. No começo do século III, Cipriano considerava o batismo infantil um fato aceito. Agostinho também enfatizou a importância do batismo. A Ceia do Senhor ocupava lugar central no pensamento do fiel e na ordem da liturgia. Começava, então, o seu processo de tornar-se um sacrifício e sacramento. Cipriano achava que o sacerdote agia no lugar de Cristo na Ceia e que ele oferecia “um sacrifício verdadeiro e pleno a Deus, o Pai”. O Cânon da Missa, que Gregório I alterou profundamente, enfatizava a natureza sacrificial do culto da comunhão. Ao final do século VI, todos os sete atos que a Igreja Católica Romana considera sacramentos estavam em uso e ocupavam uma elevada posição no culto. O sacerdotalismo, a crença de que a substância da ordenança se torna eficaz através da celebração sacerdotal ganhou terreno seguro. Aguçava-se cada vez mais a separação entre o clero e o laicato.

A veneração a Maria, mãe de Jesus, desenvolveu-se rapidamente por volta de 590, e levou à adoção das doutrinas de sua imaculada conceição, em 1854, e de sua assunção miraculosa aos céus, em 1950. A interpretação equivocada da Bíblia e a série de milagres atribuídos a Maria nos evangelhos apócrifos forjaram uma grande reverência por ela. O nestorianismo e outras controvérsias cristológicas do quarto século acabaram na sua aceitação como “Mãe de Deus”, dando um lugar de honra especial a ela na liturgia.

Clemente, Jerônimo e Tertuliano tinham creditado uma virgindade eterna a Maria. Agostinho cria que a mãe de Cristo sem pecado jamais cometera pecado. O monasticismo, com sua ênfase sobre a virgindade, fortaleceu a idéia de veneração a Maria. Estas e outras considerações levaram a Igreja Romana a lhe dar uma honra especial. Aquilo que de início era apenas um reconhecimento de sua posição elevada como mãe de Cristo logo transformou-se numa crença em seus poderes intercessórios, por se pensar que o filho ficaria alegre por ouvir os pedidos de Sua mãe.

A oração de Efraim Sírio (c.306-c.373) é o primeiro momento de uma invocação formal a Maria. Em meados do século V, ela foi colocada como a principal de todos os santos. Festas ligadas a seu nome brotaram no século V. As principais era a festa da Anunciação (em 25 de março), que comemorava o anúncio dos anjos ao nascimento de um filho a ela; a Candelária (2 de fevereiro), que celebrava a sua purificação após o nascimento de Cristo, e a Assunção (15 de agosto), que a assumia como tendo ascendido aos céus sem morrer. No século VI, Justiniano pediu a sua intercessão em favor de seu império. Em 590, ocupava ela uma posição singular no culto da Igreja Romana.

A veneração dos santos surgiu do desejo natural da Igreja em honrar aqueles que tinham sido mártires nos dias em que fora tão duramente perseguida pelo estado. Ademais, os pagãos estavam acostumados à veneração de seus heróis; quando muitos deles vieram para a Igreja, pareceu-lhes natural substituir os seus heróis pelos santos e lhes dar um status de semi-divindade. Até 300,a celebração em túmulos constava apenas de orações para descanso da alma do santo, mas em 590 a oração por eles tinha se tornado por intermédio deles. Igrejas e capelas foram construídas sobre estes túmulos; festas relacionadas à sua morte obtiveram um lugar no calendário eclesiástico; lendas de milagres atribuídos a eles disseminaram-se rapidamente. O comércio de relíquias, como cadáveres, dentes, cabelos ou ossos, tornou-se um problema tão grave que foi proibido em 381.

O uso de imagens e esculturas no culto propagou-se rapidamente na proporção em que mais e mais bárbaros entravam para a Igreja. Para estes adoradores, essas imagens materializavam a realidade invisível da divindade. Tinham elas também uma função decorativa no embelezamento da Igreja. Os pais da Igreja procuraram fazer a distinção entre a devoção a estas imagens, que era parte da liturgia, e o culto a Deus; duvida-se, porém, que esta sutil distinção tenha evitado que o fiel comum oferecesse a elas culto que os pais reservaram a Deus somente.

Ações de graças ou procissões de penitência tornaram-se parte do culto a partir de 313. Peregrinações, primeiro à Palestina e depois às tumbas de santos famosos tornaram-se comuns. A mãe de Constantino, Helena, visitou a Palestina em 326 e disse ter encontrado a verdadeira cruz.

A ajuda do governo e a liberdade de culto sob Constantino levaram a uma ampla construção de templos. Os cristãos tomaram de empréstimo o tipo de arquitetura basílica aos romanos que a criaram para seus edifícios públicos dedicados ao negócio os às diversões. A basílica era uma grande construção retangular em forma de cruz com um pórtico na parte ocidental para os não-batizados, uma nave para os batizados e uma capela na parte oriental onde o coro, os sacerdotes e no caso de ser uma catedral, o bispo participava do culto. Esta capela geralmente era separada da nave por um biombo de ferro.

O cântico na igreja era de início regido por um líder q quem o povo respondia. O cântico antifonal, em que dois coros separados cantam alternadamente, desenvolveu-se na Antioquia. Ambrósio introduziu esta prática em Milão, de onde se espalhou para a Igreja ocidental.

Este também foi um período de grande pregadores. Ambrósio no Ocidente e Crisóstomo no Oriente foram os pregadores mais brilhantes. Até esta época, esses pregadores não usavam vestes especiais, que só surgiram quando o clero passou a manter para serviços eclesiásticos as indumentárias de tipo romano, cujo uso foi abandonado pelo povo.

Durante este período surgiram uma hierarquia sacerdotal especial sob a liderança de um bispo romano, a tendência a aumentar o número de sacramentos e torná-los os meios principais da graça, além dos movimentos em prol da organização da liturgia. Estas coisas serviram para colocar os fundamentos da Igreja Católica Romana medieval.

O Cristianismo Através dos Séculos – Uma História da Igreja Crsitã, capítulo 15

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Published in: on maio 5, 2009 at 8:51 am  Deixe um comentário